R-Type

Review: Bored_Cyrus | Data: 02/08/2008

Ficha
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
Arcade Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, Celular, Commodore 64, Game Boy, Master System, MSX, PC Engine, Playstation, Playstation 2, ZX Spectrum 07/1987
Desenvolvimento Publicação Classificação
Irem Irem (Japão) / Nintendo (América do Norte) Visão Lateral / Rolagem Horizontal
Multiplayer: Até 2 jogadores, alternadamente.
Review

“Blast off and strike the evil Bydo empire!”

Nunca ir ao espaço e destruir alienígenas aleatórios para salvar a humanidade foi uma tarefa tão difícil quanto em R-Type. Considerado um grande inovador entre os shooters, ao lado de Gradius, R-Type até hoje chama atenção por causa de suas fases minuciosamente bem desenhadas, onde praticamente cada detalhe e armadilha que você ignorar é capaz de levá-lo a morte. Muito mais do que atirar em tudo indiscriminadamente, em R-Type você precisa saber estar no lugar certo e no momento certo… ou então virar petisco de alienígena.

O enredo de R-Type e do resto da série gira em volta do conflito entre o Império Bydo e a raça humana. Os Bydo são criações artificiais concebidas no século 26 como uma arma de destruição em massa, capazes de aniquilar planetas inimigos inteiros. São entes com existência física, mas exibem propriedades de uma onda, difundindo-se facilmente em qualquer lugar que estiverem. Ao serem colocados dentro de um “recipiente” cujas dimensões eram equivalentes às da lua, os Bydo começaram a consumir tudo e evoluir. Magia negra, engenharia genética e física ajudaram os Bydo a se tornarem manifestações físicas de todo o mal concebível. A humanidade tentou enviar os Bydo para uma galáxia a fim de destruir um planeta inimigo, mas um erro de cálculo os colocou contra o nosso próprio sistema solar. Depois de dias de luta incessante, eles finalmente foram enviados a outra dimensão.

Tudo parecia perfeito, mas os Bydo continuaram seu processo evolutivo e criaram seu próprio planeta, uma enorme área gerenciada por um gigantesco computador. Contando com um exército formado por armas robóticas em massa, os Bydo reaparecem no século 22 para consumar a vingança contra seus próprios criadores. Nesse cenário, toda a esperança da humanidade se encontra na poderosa nave R-9a Arrowhead, que você, um bravo herói (suponho eu), deve usar para destruir de forma definitiva todo o Império Bydo.

Pois, se depender da sua Arrowhead, os Bydo podem dar adeus a este plano de existência. A sua nave é versátil e pode executar dois ataques básicos: o tiro normal, que dispensa explicações, e o charge shot. Este último, uma das “invenções” mais famosas de R-Type, é produzido ao se segurar o botão de tiro por algum tempo até que se preencha uma pequena barra localizada na parte inferior da tela. É um raio de energia poderosíssimo, que caminha em linha reta e é capaz de destruir fileiras inteiras de inimigos. Por outro lado, ele torna você um alvo vulnerável (já que você não pode atirar o mesmo tempo) e requere precisão do jogador, que precisa atirar de forma certeira.

R-9a Arrowhead

R-9a Arrowhead

Além de contar com os dois ataques citados, você pode fazer uso dos Bits e do chamado The Force, apelidado de “Pod” por alguns. Bits são esferas pequenas que caminham próximos a nave principal em um número máximo de dois. Elas bloqueiam tiros, causam danos aos elementos inimigos que nelas encostarem, e servem como um valioso escudo, bloqueando todo tiro inimigo que poderia ser fatal para a nave principal.

Mas a verdadeira grande sacada de R-Type é mesmo o Force. Grande parte do desafio e, consequentemente, da graça do jogo, é saber dominá-lo e usá-lo nas horas certas. É um dispositivo adquirido ao se coletar qualquer power-up, que então pode ser acoplado na parte frontal ou traseira de sua nave. O Force pode atirar de várias formas, aumentando o poder conforme o número de power-ups coletados. Ele também serve, assim como os Bits, como um escudo indestrutível, bloqueando qualquer tiro inimigo que entrar em contato. Em adição a tudo isso, e o mais interessante, o Force ainda pode ser arremessado para frente ou para trás (dependendo da posição em que estiver acoplado), o que pode ter várias utilidades conforme a situação e vai provocar o jogador a usar toda sua astúcia (acredite, você vai precisar). Há uma boa variedade de armas que podem ser disparadas pelo Force, pela nave e pelos Bits, conforme os power-ups obtidos. Temos no cardápio armas destrutivas como os obrigatórios mísseis teleguiados (Homing), lasers multi-direcionados que rebatem pelos cantos da tela e lasers que caminham em zigue-zague. O arsenal da Arrowhead é para ninguém botar defeito.

R-Type preza mais a memorização, a paciência e as ações calculistas de um jogador do que os seus bons reflexos. A rolagem da tela é lenta e o cenário se revela pouco a pouco, até para que você possa ter tempo de pensar no que fazer. As fases estão repletas de corredores estreitos, inimigos posicionados de forma traiçoeira e armadilhas, tudo arquitetado para levar o jogador de primeira viagem (e de segunda, terceira, quarta e por aí vai…) à morte. O jogo leva você a inúmeras situações onde somente poderá sobreviver se souber usar o Force com inteligência e destreza, colocando ainda mais dificuldade na equação. Aliás, falando em dificuldade: se você detesta perder, pode esquecer. Em R-Type morrer é mais do que comum. Ao ser acertado para alguma coisa qualquer, o jogado é obrigado voltar para uma determinada parte da fase, sem nenhum power-up equipado na nave, mas normalmente você volta o suficiente para conseguir alguns power-ups no caminho. O game é altamente baseado em tentativa-e-erro e grande parte do sucesso nele depende da capacidade do jogador em memorizar as fases.

Durante o curso do game, você atravessará os lugares mais podres do planeta dos Bydo. Cenários compostos por matéria orgânica com prazo de valida vencido, instalações de alta tecnologia, robôes e criaturas abomináveis preenchem todos os cantos da desagradável fortaleza dos Bydo. Os gráficos são bem detalhados para a época em que o game foi feito, e é uma péssima idéia jogar R-Type depois do almoço. A música é bastante sombria em alguns momentos, combinando com o clima “claustrofóbico” e sombrio do game.

Enfim, pode ser que nem todo mundo tenha a paciência necessária para chegar muito longe em R-Type, mas os fãs de games do gênero não têm do que reclamar: o game é definitivamente um clássico e envelheceu muito bem. Todas suas oito fases do game continuam ali — bem arquitetadas e malvadas na dose perfeita — para garantir uns belos calos (e algumas rugas a mais) àqueles que tentarem enfrentá-las.

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaEstrela Cheia
Screenshots

Curiosidades
Primeiro de Abril

A Irem costuma pregar várias preças em consumidores desavisados nos dias 1 de abril, e anúncios falsos envolvendo R-Type são comuns. Em 2003, por exemplo, eles fizeram um website que vendia modelos do R-9 como se fossem carros, que ainda podiam vir em um dos três modelos disponíveis: o modelo padrão, o modelo esportivo e o conversível. Engraçadinhos, não?

Trilha Sonora Original (OST)

A G.M.O Records lançou (25/01/1989) um álbum contendo a trilha sonora original de R-Type, composta pela Irem Sound Team.

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