In The Hunt

Review: Bored_Cyrus | Data: 02/11/2008 | Última Revisão: 30/07/2011

Ficha
Nome alternativo: Kaitei Daisensou
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
Arcade Playstation, Sega Saturn, Windows 95 04/1993 (Japão)
Desenvolvimento Publicação Classificação
Irem Irem Visão Lateral / Rolagem Horizontal (Não-automática)
Multiplayer: Até 2 jogadores em modo cooperativo.
Review

Caro leitor da RetroShooting, faça um exercício. Pense em todos os “protagonistas” de shoot-em-ups que você já encarnou. Você provavelmente fará uma lista enorme de naves com nomes estranhos, isso na hipótese de eles terem nomes. Claro, ainda existem um bocado com personagens de carne e osso, como as garotas bonitinhas e psicóticas de Touhou, ou aquelas coisas estranhas de Parodius. Mas no geral os shoot-em-ups bem merecem o apelido que o gênero recebeu aqui em terras tupiniquins: “jogos de nave”. In The Hunt, outro shoot-em-up da Irem, entretanto, resolveu levar o gênero para um território diferente, colocando você dentro de um, adivinhe, submarino! Se você acha que um trambolho embaixo d’água atirando torpedos em navios e outros submarinos é uma premissa para um jogo monótono, pode tirar o periscópio da chuva: 30 minutos deste game bastam para que seus pobres dedos ganhem umas bolhas a mais, sem mencionar que você provavelmente não vai querer ver mais torpedos tão cedo.

A jogabilidade de In The Hunt se divide em dois botões: o primeiro lança um (e apenas um) torpedo para frente, enquanto o segundo lança torpedos para cima e cápsulas explosivas para baixo. Desta maneira, você pode atirar contra inimigos vindos de todos os lados, exceto quando eles vêm por trás. Essa incapacidade de acertar coisas vindas por trás é uma limitação frustrante em várias situações, mas faz parte do desafio de sobrevivência no jogo. Como os torpedos que você lança para frente só vão de um em um, você terá que ou apertar o botão como um louco ou então atirar com mais precisão, diferentemente dos shoot-em-ups nos quais dois toques do botão já lançam um vulcão de centenas de tiros. Pelo menos há power-ups interessantes: alguns que melhoram os torpedos e as cápsulas lançadas para cima e para baixo e outros que melhoram os torpedos normais. Alguns fazem estragos bastantes decentes, mas você precisa ter cuidado para não morrer e acabar tendo que pegá-los novamente.

Além da temática inusitada, In The Hunt tem das suas particularidades. A rolagem da tela não é forçada: a tela segue conforme seus movimentos, mas não pode voltar. Você pode se mover para todos os lados, e seu submarino é bem lento. Por tudo isso, In The Hunt é um jogo com algumas marchas a menos do que o “normal” para um shoot-em-up — onde você normalmente teria que ter reflexos o suficiente para acompanhar a velocidade com que é arremessado contra levas de inimigos e tiros. Mas não que a Irem tenha negligenciado no desafio, fator no qual sempre capricha nos seus shoot-em-ups. O ritmo do jogo pode até ser meio lento, mas seus inimigos fazem questão de compensar este ponto mostrando pouco/nenhum senso de economia: lançam carregamentos imensos de torpedos, bombas, tiros e outras tranqueiras explosivas que poderão vaporizar seu insignificante submarino em questão de instantes. Os estágios também possuem alguns obstáculos e armadilhas aqui e acolá, como a Irem sabe fazer bem. Embora In The Hunt não seja bem um R-Type versão “20.000 léguas submarinas” nesse quesito, é preciso estar atento para não ser pego em uma dessas.

Seus adversários realmente moveram um exército inteiro só para dar cabo de você: não somente os ataques vêm pela água, como também pelo ar! Você pode inclusive ir à superfície e atirar mísseis/tiros contra bombardeiros, jatos e toda as outras coisas que estiverem sobre o mar. Com ataques vindos de todos os lados, não é de surpreender que você possa ficar encurralado ou tenha que apertar trilhões de vezes os botões de lançamento de bombas para se defender. Dá até para dizer que você vai se preocupar mais em destruir as bombas que os inimigos lançam do que em destruir eles próprios. Se você não se mover para os lugares certos, não é raro acontecer a frustrante situação de você disparar como um lunático contra um monte de torpedos e mesmo assim acabar levando a pior. Alguém aí quer voltar para as naves espaciais?

Se você já jogou qualquer um dos games da série Metal Slug, pode até sentir uma sensação de Dèjá vu com In The Hunt. Os gráficos de In The Hunt e os do consagrado simulador de genocídio da SNK compartilham um estilo “pixel-art” característico: cenários minuciosamente detalhados e cheios de coisas “explodíveis”. Basta jogar um pouco dos dois games para notar as semelhanças. Aparentemente, alguns funcionários da Irem, que trabalharam no desenvolvimento de In The Hunt, viriam a incorporar a Nazca — desenvolvedora do primeiro Metal Slug — , onde explorariam melhor algumas de suas idéias. De qualquer maneira, a arte de In The Hunt é extremamente bem elaborada e, por si só, pode atrair alguns a depositarem alguams fichas no game: mesmo toda a ação se limitando a ambientes aquáticos, os cenários são bem variados e criativos: uma cadeia de Icebergs, uma cidade submersa, um porto — este é particularmente interessante, pois você pode subir à superfície para jogar mísseis nos prédios —, o interior de um vulcão, e por fim o QG do exército inimigo.

Enfim, apesar de ter que ficar lutando contra torpedos e mais torpedos poder se tornar uma tarefa frustrante, In The Hunt é um shoot-em-up criativo e divertido, desde que você não se importe em ter que ficar pressionando o botão uma pancada de vezes — creio não ser lá grande problema, a não ser que você não goste de bolhas. De qualquer maneira, vale pelo menos pela originalidade.

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaEstrela Vazia
Screenshots

Curiosidades
Versão “hack”

Se você tinha/tem um Playstation, é possível que tenha jogado uma versão não autorizada de In The Hunt. Aproveitando-se da semelhança gráfica com Metal Slug, algum espertalhão criou uma versão “hack” do jogo chamada Metal Slug Submarine para o console da Sony.

Este artigo foi postado em Reviews, Reviews: Arcade e marcado como , , . Adicione o permalink a seus favoritos.

Um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *