1944: The Loop Master

Review: Bored_Cyrus | Data: 03/02/2009 | Última Revisão: 30/07/2011

Ficha
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
Arcade 20/06/2000
Desenvolvimento Publicação Classificação
Raizing Capcom Visão Superior / Rolagem Vertical
Multiplayer: Até 2 jogadores em modo cooperativo.
Review

Uma das coisas mais curiosas da série de shooters 19XX da Capcom é o fato de usar um conflito real como pano de fundo do game. Afinal de contas, a idéia geral de um shoot-em-up, de um indivíduo só dar cabo de exércitos inteiros, é um tanto quanto incompatível com qualquer conflito real (a não ser num filme do Rambo). Mas, em se tratando de um Arcade, ou melhor, em se tratando de um videogame, isso pouco importa. Aliás, a última coisa que os games desta série pretendem, com seus bombardeiros japoneses gigantes e raios Laser (!) como armas extras, é ter algum tipo de fidelidade histórica…

1944: The Loop Master é talvez o game mais “hardcore” de toda a série. E para isso há uma explicação muito clara: ao invés de ser desenvolvido pela Capcom, a responsável pela produção do jogo foi a Raizing. E, se você já colocou as mãos em qualquer shooter da Raizing, sabe muito bem o que isso quer dizer. Apesar dos gráficos um pouco menos elaborados que os de 19XX: The War Against Destiny e do excesso de tiros atravessando a tela, 1944: The Loop Master tenta ser fiel aos jogos anteriores em vários aspectos. Os níveis são numerosos (15) e curtos, como nos primeiros games da série, apesar de que, logicamente, há uma variedade de cenários muito maior do que o oceano infinito que compunha 99,99% dos cenários daqueles dinossauros gamísticos.

O movimento de “Loop” presente nos games passados também pode ser executado (caso contrário o título do jogo não faria muito sentido), só que desta vez através de um método emprestado de 19XX: é necessário segurar o botão de tiro até que uma barra se encha para depois soltá-lo. Além de ficar invencível por um tempo, seu avião poderá disparar alguns tiros bastante poderosos por tempo limitado, antes de superaquecer e interromper momentaneamente o massacre. Outro elemento que retorna em 1944: The Loop Master é o tempo limite para detonar os chefes. Se você não fizer seu trabalho direito e rápido, seus alvos fogem e você fica sem bônus. Por isso, você pode querer jogar aqueles ataques especiais que você tem no estoque só para dar cabo dos malditos e arrecadar uns pontinhos.

É de se imaginar que, em 2000, os jogadores já não fossem tolerar aqueles sistemas de checkpoint presentes em muitos arcades antigos: seja atingido por qualquer coisa, morra e tenha que voltar a fase de novo. Exceto os fãs de R-Type. Por isso, em 1944: The Loop Master você é capaz de aguentar três tiros antes de explodir e perder um continue. E mesmo que seu avião seja abatido, colocar um crédito leva você de volta ao mesmo lugar (e com um monte de power-ups, se você conseguir “resgatar” a tempo o piloto do avião abatido). Então, se você joga casualmente no MAME, é possível chegar ao final sem maiores dificuldades ou necessidade de save states e afins. Se você é do tipo Hardcore, bem, esse parágrafo torna-se irrelevante.

A série nunca realmente primou pelo som. 1942 não tinha trilha sonora, mas sim um monte de barulhinhos aleatórios que faziam os ruídos primordiais de Pacman soarem como uma sinfonia de Beethoven. De qualquer maneira, 1944: The Loop Master traz algumas músicas regadas a guitarras que, se não muito originais, pelo menos são decentes. Aliás, uma curiosidade: a trilha do quarto estágio soa como uma chupagem descarada (talvez você prefira chamar de “inspiração”) do riff de Shake Your Hips, uma música dos Rolling Stones presente no álbum Exile On The Main Street, que a bem da verdade provavelmente também foi chupada de outra fonte que desconheço. Quem gosta do assunto e não tem absolutamente nada de melhor para fazer (tipo eu) pode até se divertir procurando por essas “referências”.

1944: The Loop Master é um pouco longo para um shoot-em-up que não se preocupa muito com variedade, ainda que possua bem mais ação (e desafio) que 19XX: The War Against Destiny. Resumindo, não é uma obra-prima, mas certamente tem seu apelo. 1944: The Loop Master foi um dos últimos shooters da Raizing, que pouco depois foi incorporado à Eighting e acabou desistindo do ramo dos shoot-em-ups, em uma época em que várias das grandes produtoras do gênero acabaram tendo o mesmo triste destino. Depois de um hiato de 8 anos, a Capcom resolveu desenterrar a série com 1942: Joint Strike, game bem mais focado no multiplayer cooperativo do que os predecessores.

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaMeia EstrelaEstrela Vazia
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