Magical Chase

Review: Bored_Cyrus | Data: 31/08/2008 | Última Revisão: 02/08/2011

Ficha
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
PC Engine / TurboGrafx-16 Game Boy Color / Windows 95 e 98 1993 (Estados Unidos)
15/11/1991 (Japão)
Desenvolvimento Publicação Classificação
Quest NEC (Estados Unidos) / PalSoft (Japão) Visão Lateral / Rolagem Horizontal
Multiplayer: Não.
Review

É, o título do game já denuncia: este é um shoot-em-up “mágico”, sem naves espaciais, alienígenas, raios Laser, mísseis teleguiados ou explosões pirotécnicas. Aqui você controla uma bruxa (que, respeitando a tradição, voa em uma vassoura) e precisa dar cabo de uma penca de inimigos bem imaginativos que parecem ter saído de um conto de fadas — ou de um game Super Mario. Tudo, é claro, devidamente representado por desenhos coloridos e bonitinhos. Antes que o orgulhoso visitante da RetroShooting se revolte e resolva apagar o histórico do navegador, é bom dizer: nem todo game bonitinho vindo de terras japonesas é necessariamente direcionado somente ao público infantil. Culturalmente, os japoneses parecem fazer uma distinção menos rígida entre o que consideramos “coisa de criança” e “coisa de adulto”, muitas vezes misturando os dois universos de uma forma, no mínimo, curiosa.

Vamos à inocente história de Magical Chase, assim como descrita na embalagem do game. Quem quer que tenha escrito isso: 1) gostava de pontos de exclamação 2) deveria ter seguido carreira como escritor(a) infantil.

Ripple é uma estudante de magia, e sua professora é uma bruxa aterrorizante! Ripple está particularmente com medo de sua professora agora, porque acabou de quebrar uma promessa que fez a ela; Ripple deu uma espiada no livro proibido “Demônios Adormecidos”! Tão logo ela abriu a capa, saltaram para fora seis demônios, que rapidamente fugiram! A menos que ela consiga capturar todos os seis demônios e trazê-los para dentro do livro novamente, a bruxa irá transformar Ripple em um sapo por ter quebrado a promessa! Ripple parte para sua aventura com suas duas amigas Elfas-Estrelas, Topsy e Turvy. Boa sorte, Ripple!!

A jogabilidade de Magical Chase é formada por dois dois comandos básicos. Um botão para tiro rápido e outro para “fixar” as duas estrelas que caminham juntas à bruxinha, funcionando como as navezinhas de Option de Gradius: as estrelas atiram e são indestrutíveis, servindo também para bloquear ataques inimigos. O problema é que elas se voltam para a direção oposta para a qual você se move — ou seja, se você vai para frente, elas miram para trás —, o que deixa as coisas um pouco complicadas. É possível segurar o botão de tiro para atirar continuamente. Caso você aperte duas vezes seguidas o botão de tiro, rapidamente, será lançada uma magia especial (indicada por ícones que ficam no canto inferior da tela). Infelizmente, não há uma variedade muito grande de magias especiais. Somente três, para ser mais preciso. Magical Chase também não segue a tradição “um dano e você morre” dos shoot-em-ups: você tem uma barra bem gorda de corações (bem ao estilo Zelda) e só sofrerá o terrível Game Over se perder todos eles. De qualquer maneira, você pode tentar novamente a partir da fase em que morreu. Sem sofrimento.

Até aqui nada de surpreendente. A parte “mágica” de Magical Chase, com o perdão do trocadilho cretino, fica por conta de algumas idéias que a Quest resolveu pegar emprestadas de games RPG. Ao invés de usar o tradicional sistema de power-up para trocar seus ataques, você deverá comprá-los em uma loja, que aparece, normalmente, duas vezes durante os estágios. As moedas de troca de Magical Chase são jóias azuis e verdes, derrubadas aos montes pelos inimigos que você detona durante os estágios. Além da variedade de ataques que você poderá adquirir, há também as indispensáveis poções de cura e as magias especiais, que você certamente vai querer deixar reservadas para alguma emergência — leia-se: os chefes. Inclusive, há uma poção que restaura todos seus corações assim que você os zera e um item que aumenta a quantidade de corações que você pode reservar. As coisas vão ficando mais caras ao longo do jogo, então é sempre bom torrar seu “dinheiro” com juízo.

Magical Chase vem servido em três níveis de dificuldade diferentes: Breeze, Bumpy e Rough — “fácil”, “médio” e “difícil”, respectivamente. O nível Breeze só tem as três primeiras fases, então serve mais como um treinamento para os níveis mais difíceis, que possuem todas as seis fases. O game é um pouco curto, mas ao menos os estágios são divertidos e distintos uns dos outros, sempre trazendo desafios e visuais diferentes. Além de ser obrigatório fazer alguns “malabarismos” com suas estrelas para conseguir detonar todos os monstrengos, você também deverá ser rápido para pegar as jóias derrubadas por eles, que é sempre um fator de desafio a mais. A dificuldade de Magical Chase está bem longe de ser comparável aos shoot-em-ups mais exigentes — o que pode ser um atrativo para muitos — , mas os mais iniciados podem ter que tentar um punhado de vezes até dominar as manhas contra os chefes. Nada tão frustrante. O que facilita, e muito, é o fato de haver realmente muitos meios de você recuperar sua energia.

O que seria de um cute-em-up sem gráficos “bonitinhos”? No mínimo, não poderiam ser considerados cute-em-up… Pois bem, o que Magical Chase se propôs a fazer, ele fez extremamente bem. Cenários e monstros que parecem ter saído de um desenho animado matinal, ou seja, bem, bem coloridos, mas de bom gosto. Magical Chase não exagera ao ponto de querer parecer um episódio de Ursinhos Carinhosos e ofender a dignidade de marmanjos mais orgulhosos. A trilha sonora é o esperado para um game do estilo: um bocado de musiquinhas agitadas e “alegres”, em concordância com o espírito do game.

Shoot-em-ups com atmosferas infantis/meigas até que são comuns (vide séries como Cotton, Twinkle Star Sprites e, até certo ponto, Parodius), mas muitos destes sequer chegaram ao ocidente. Dependendo do caso, até dá para entender. Felizmente, Magical Chase seguiu pelo caminho da exceção: o game não somente recebeu uma versão traduzida em inglês, como também passou por diversas melhorias gráficas (alguns sprites e cenários foram redesenhados) ao ser lançado nos Estados Unidos. Ou seja, um dos poucos casos em que a adaptação saiu melhor que a encomenda, talvez até melhor que a própria versão original, o que faz de Magical Chase uma dupla exceção. Uma versão do game foi também lançada posteriormente para o portátil Game Boy Color e outra para o Windows, mas ficaram somente no Japão.

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaMeia Estrela
Screenshots

Nota: Screenshots da versão Turbografx-16 (americana).

Dicas/Segredos
65.535 jóias

Para iniciar com 65.535 jóias, faça a sequência abaixo na tela de seleção de dificuldade:

Esquerda + Baixo + Direita + Cima + Select (3x) + Esquerda + Direita + Botão I

Teste de Som (somente na versão japonesa)

Para ir à tela de teste de som, faça a sequência abaixo na tela de seleção de dificuldade:

Esquerda + Baixo + Direita + Cima + Select (3x) + Esquerda + Direita + Botão II

Use o direcional para trocar a faixa e o Botão II para tocar a música selecionada.

Links

Superpcenginegrafx.com Dare To Compare Magical Chase (Em inglês)
Página que mostra as diferenças entre as duas versões do game. Contém vídeos.

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