Thunder Force III

Review: Bored_Cyrus | Data: 07/10/2008 | Última Revisão: 30/07/2011

Ficha
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
Mega Drive/Sega Genesis Arcade (Thunder Force AC), Super Nintendo (Thunder Force Spirits) 07/06/1990
Desenvolvimento Publicação Classificação
Technosoft Hot-B (América do Norte) / Technosoft (Japão e Europa) Visão Lateral / Rolagem Horizontal
Multiplayer: Não.
Review

Depois de um game bem obscuro (lançado para o Sharp X1 em 1983) e outro nem tanto, a “Força do Trovão” finalmente mostrou a que veio com Thunder Force III. Um dos games mais divertidos das primeiras safras de lançamentos para o Mega Drive, Thunder Force III foi bem mais sucedido que os dois primeiros em se tratando de popularidade. Na verdade, a ponto de ser adaptado para o console da rival da Sega na época, o Super Nintendo, e até mesmo para um Arcade — neste último caso, fazendo o caminho inverso do comum. A capa de Thunder Force III é uma das mais bacanas entre os shooters da época: uma nave escapando de um pássaro de fogo gigantesco sobre um rio de lava, basicamente uma epítome das aventuras suicidas nas quais se metem os jogadores de shoot-em-ups.

Thunder Force III, é claro, tem a obrigatória historinha de manual, que você também poderia descobrir se lesse/entendesse o engrish na tela de encerramento do game ou procurasse em fontes muy confiáveis na Internet (como eu fiz). Tudo se passa diretamente após os eventos de Thunder Force II. Apesar dos resultados favóraveis que vem tendo até o momento na luta contra o Império ORN, a Federação Galática enfrenta um problema: o Império instalou dispositivos de camuflagem nos cinco principais planetas dentro de seu território, ocultando sua base principal e dificultando o trabalho da Federação em localizá-la e atacá-la. Como se não fosse o bastante, a ORN também construiu um sistema de defesa chamado Cerberus, eficiente em neutralizar frotas e naves grandes. Tendo isso em mente, a Federação cria a compacta nave FIRE LEO-03 Styx, pequena o suficiente para passar despercebida por Cerberus, mas com poder de fogo equivalente ao de uma grande nave de guerra. Sua missão é destruir os cinco dispositivos de camuflagem, se infiltrar na base principal da ORN e detonar o cabeça da organização, o “bio-computador” Cha Os.

Estágios

Estágios

Thunder Force I e Thunder Force II tinham algumas fases estranhas (e certamente não muito divertidas) nas quais você controlava sua nave em “vista aérea” e com liberdade de movimento — isto é, sem rolagem (scrolling) forçada. Felizmente, em Thunderforce III a Technosoft entendeu de que desse mato não saía coelho e decidiu investir exclusivamente no que sabia fazer de melhor: um shooter horizontal. O game é constituído de 8 fases. Depois de passar pelos 6 planetas, você invade a base da ORN e enfrenta, por fim, mais uma fase curta com os chefes finais. Curiosamente, é possível escolher o estágio no qual iniciar: você pode escolher qualquer um dos sete planetas inicias, exceto o central (Cerberus). Por mais que pareça bacana a liberdade de escolha, marinheiros de primeira-viagem fazem bem em seguir a rota padrão, já que nela as fases estão colocadas em ordem crescente de dificuldade. Escolher uma rota diferente no início, portanto, funciona mais como um desafio para jogadores mais experientes.

Thunder Force III retoma, com algumas modificações, o sistema de armas de Thunder Force II, que desde então virou marca registrada da série: ao coletar determinados itens, você tem acesso a armas adicionais, e pode alternar entre uma e outra com um simples toque de um botão. A diferença é que, ao morrer, você só perde a arma que estiver usando no momento (exceto o Twin Shot e o Back Shot, que são as armas padrões). Também é possível capturar CLAWs, satélites como os de Gradius que giram em torno da sua nave e aumentam o seu poder de fogo — além de servirem como proteção em algumas ocasiões. A variedade de armas é ótima e você encontrará utilidade para cada uma delas ao longo do jogo: há esferas que perseguem inimigos, mísseis jogados nas extremidades da tela, tiros traseiros, raios laser, entre outros clichês de shooters aos quais você já deve estar acostumado. Também há a possibilidade de se trocar a velocidade da sua nave durante o jogo, aumentando seu controle sobre ela. Por exemplo, quando o desenho dos estágios exigir movimentos mais cautelos e precisos, é interessante uma velocidade menor. Quando o negócio é meter o pé no acelerador, basta colocar a velocidade em 100%. Este, aliás, outro elemento que tornou-se recorrente da série Thunder Force.

O mais legal de Thunder Force III é que não exagera na dificuldade a ponto de reduzir seu público a uns poucos jogadores viciados. Quero dizer, você até vai penar um pouco durante as primeiras partidas: como todo bom shooter horizontal, o game está cheio de armadilhas que certamente vão te matar se você não souber que estão lá, como paredes que se erguem do nada, coisas que caem do teto, inimigos que chegam atropelando, entre outros artifícios que designers de fases de shooters não se cansam de usar e re-usar para complicar a vida dos jogadores. Você não pode encostar nos obstáculos sem morrer, o que acaba exigindo uma certa rapidez nos controles em determinadas situações. Mas, sabendo o que vai acontecer (onde estão localizadas as armadilhas, por exemplo), Thunder Force III não é dos mais difíceis. Os estágios são, em geral, bem curtos e não há muitos detalhes a serem memorizados. Da parte do game há uma certa boa vontade em espalhar uma quantidade bastante generosa de vidas extras pelas fases. Como este shooter não é do tipo centrado em checkpoints, como R-Type ou Gradius (traduzindo: sofra um dano e volte tooooooodo um pedaço da fase), você talvez não demore muito até conseguir terminá-lo com um crédito apenas. Isso sem mencionar que a arma Laser, se usada corretamente, é capaz de destruir boa parte dos chefes do jogo em questão de instantes.

Como já foi dito, cada estágio de Thunder Force III se passa em um planeta diferente. Assim sendo, os cenários variam bastante: Hydra é uma selva exótica, com armadilhas instaladas nos matagais e até robôs em formato de abelhas que lançam mísseis em sua direção; Gorgon é um planeta vulcânico: você é atacado por pássaros de fogo (é, daí que saiu a capa) e até por erupções de magma que podem te pegar de surpresa. Aliás, essa fase também tem um dos efeitos mais estilosos do jogo, um plano de fundo que se distorce em um padrão meio psicodélico; Em Seiren você é jogado em um oceano: diversos fluxos de bolhas partem de fissuras no chão e podem fazer você se espatifar nos corais; Haides é uma caverna onde as paredes sobem e descem, podendo deixar você sem saída ou te esmagar. E vamos parando por aqui, para não perder a graça. Os gráficos são bacanas para um jogo de sua época e os chefes têm desenhos criativos, remetendo a animais. Outro ponto a ser ressaltado é o fato de praticamente não haver slowdowns: como o jogo dificilmente exagera na quantidade de coisas exibidas simultaneamente na tela (o que é um prodígio em se tratando de um game do gênero), tudo roda sem aquelas travadinhas irritantes, recorrentes em shooters para consoles da época.

A música de Thunder Force III é outro atrativo do game. Aliás, um dos destaques dos Thunder Force a partir daqui é a trilha sonora, com destaque para o “Rock sintetizado” de Thunder Force IV. Se você gosta daquelas musiquinhas de 1 minuto que se repetiam em loops infinitos nos games antigos — assim como eu — dificilmente vai esquecer as melodias grudentas que embalam os estágios Hydra (intitulado “Back To The Fire” pela Technosoft), Gorgon (“Venus Fire“) e Ellis (“Final Take a Chance“). Do tipo que você não vai conseguir esquecer nem mesmo se quiser, e é capaz de sair assobiando por aí.

Bem, o que dizer mais sobre Thunder Force III? É um shoot-em-up das antigas, que você pode enfrentar sem precisar ter reflexos sobrehumanos, recheado de fases simples mas bem construídas. Musiquinhas absolutamente contagiantes e gráficos agradáveis completam o pacote. Realmente, é o tipo de game que não envelhece nunca. Recomendado para quem deseja conhecer a série Thunder Force, ou simplesmente quer um shoot-em-up para jogar descompromissadamente e ser feliz*.

*Me desculpem por este último parágrafo totalmente cafona.

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaMeia Estrela
Screenshots

Curiosidades
Trilha sonora

A Technosoft lançou (01/07/1990) um álbum contendo a trilha sonora de Thunder Force III, composta por Naosuke Arai, Tomomi Otani e Toshiharu Yamanishi.

Nota Cultural: Referências

Os nomes dos planetas de Thunder Force III foram inspirados na mitologia grega. Sim, assim como eu e possivelmente você, os caras da Technosoft eram uns nerds.

  • Hydra: (português: Hidra)
    Um dragão com várias cabeças de serpente e hálito venenoso. Suas cabeças se regeneravam: a cada vez que uma era decepada, pelo menos uma outra crescia em sem lugar. Uma das cabeças era imortal.
  • Gorgon: (português: Górgona)
    Um monstro com aspecto de mulher e cabelos de serpente, dono do horrendo poder de transformar todos que o olhassem em pedra. Sim, você conhece essa história, ou ao menos parte dela: a Medusa. A Medusa era uma das três górgonas da mitologia grega — as outras eram Esteno e Euríale.
  • Seiren: (grafia correta: Siren; português: Sereia)
    É claro que você conhece a imagem da sereia: mulheres metade peixes, metade humanas. Segundo a mitologia grega, as sereias eram muito sedutoras — tão sedutoras na verdade que seus cantos acabavam hipnotizando os marinheiros, levando-os à morte por afogamento. Na famosa obra Odisséia, Ulisses tapa os seus ouvidos e os de seus marinheiros com cera e se amarra ao mastro do navio para escapar da tentação das sereias.
  • Haides: (grafia mais usada: Hades)
    Era o deus do submundo, o Mundo dos Mortos. Para esse lugar iriam todas as almas das pessoas, onde se tornavam sombras. Diferentemente do conceito de “céu e inferno”, o Mundo dos Mortos reunia tanto almas boas como ruins. O nome Hades era usado tanto para o deus como para o submundo em si.
  • Cerberus: (português: Cérbero)
    Um monstro com aparência de cão, com várias cabeças e cobras ao redor do pescoço. Vigiava a entrada de Hades, não deixando as almas lá dentro saírem e evitando que invasores entrassem.

Ellis parece ser uma referência a um distrito antigo da Grécia, Elis (ou Eleia). Corresponde atualmente à prefeitura de Ilia, na Grécia.

Dicas/Segredos
Acesse o menu de opções

Segure A + B + C e pressione Start. Entre outras coisas, você poderá mudar a dificuldade.

Consiga armas facilmente

Durante o jogo, pause e faça a sequência:

Cima (10x) + B + Baixo (2x).

Aperte o botão B várias vezes para obter todas as armas e aperte A para conseguir as Claws. Você pode executar este truque a cada nova vida.

Final diferente

Durante a sequência final, aperte C. Seu personagem vai piscar e dar um “tchauzinho” (!?).

Este artigo foi postado em Reviews, Reviews: Mega Drive / Sega Genesis e marcado como , , . Adicione o permalink a seus favoritos.

5 comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *