Samurai Aces

Review: Bored_Cyrus | Data: 02/08/2008 | Última Revisão: 30/07/2011

Ficha
Nome alternativo: Sengoku Ace (Japão)
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
Arcade Playstation 2 (Psikyo Shooting Collection Volume 2) 1993
Desenvolvimento Publicação Classificação
Psikyo Psikyo Visão Superior / Rolagem Vertical
Multiplayer: Até 2 jogadores em modo cooperativo.
Review


Samurai Aces é basicamente resultado da união entre duas coisas típicas do Japão: sua História e seus robôs gigantes. O cenário é o Japão Feudal e seus inimigos são, pois é, robôs gigantes. A idéia poderia ser considerada, no mínimo, criativa, mas o curioso é que já havia sido colocada em prática pelo menos duas vezes em shoot-em-ups: em M.U.S.H.A. e Robo Aleste, ambos criados pela Compile para o Mega Drive. Samurai Aces é o primeiro game lançado pela Psikyo, com todos os elementos que tornariam-se marcas registradas nos shooters da empresa, incluindo o senso de humor um tanto quanto esquisito. Afinal de contas, estamos falando de Samurais pilotando caças ultra-modernos.

O game oferece à sua escolha um total de seis personagens, que incluem uma menina, um tipo que lembra o Schwarzenegger, um lobo, e outras figuras não menos esquisitas, cada qual comandando sua própria nave e falando baboseiras constrangedoras no final de cada fase. As naves variam de modelos de caças antigos, como os do game 1942, a algumas que remetem à pássaros e até mesmo um caça moderno (?!). De qualquer maneira, as coisas funcionam como Aero Fighters: cada nave tem um tiro principal diferente e uma bomba diferente, o que significa que você tem várias possibilidades de escolha. Este é um game abertamente oriental, então algumas naves lançam ataques estilizados de forma nada convencional: chuvas de folhas de cerejeira, um ideograma enorme que aparece no centro da tela, cartas de o-fuda teleguiadas e por aí vai. Santa licença artística.

Ao que parece, os fundadores da Psikyo trabalharam na equipe de produção de Aero Fighters (shooter lançado no mesmo ano pela falecida Video Systems). A semelhança entre Aero Fighters e Samurai Aces são óbvias: estágios iniciais aleatórios e elementos gráficos como ícones e estilização de tiros praticamente idênticos. Os estágios são parecidos e vão focar quase toda sua atenção em apenas uma (e ingrata) tarefa, além de ficar apertando seguidamente o botão de tiro: desviar dos tiros inimigos. Soa redundância falar isso a respeito de um shoot-em-up, afinal, por acaso existe algum em que você pode escolher não ter que desviar de tiros? Acontece que em Samurai Aces isso é levado às ultimas consequências: os tiros são os únicos elementos inimigos que podem te destruir. Encostar em inimigos não é fatal, como na maioria dos outros shooters, mas penaliza o jogador reduzindo seu poder fogo. Não somente inimigos, mas todo tipo de obstáculo “físico”, como paredes e construções, é inexistente. Apenas concentre-se em passar no meio das chuvas de tiros.

“Apenas” é força de expressão. É claro que, na verdade, não é tão simples assim. A Psikyo definiu uma espécie de template para seus futuros shoot-em-ups já em Samurai Aces: embora convidativo no começo, com cenários repletos de inimigos bobos e itens fáceis, o jogo demora duas ou três fases para virar uma festança de dificuldade hardcore com poucas ou nenhumas concessões. Colocando de outra forma: se você quer investir seu tempo livre para aperfeiçoar suas habilidades em um shoot-em-up, os games da Psikyo não são o que eu poderia chamar de “bom começo”. Reflexo e velocidade nos controles são essenciais, pois os tiros inimigos são rápidos, mas nem por isso você deve dar menos importância à insistência e memorização de padrões, que pode ser tão essencial à sua sobrevivência quanto é em shoot-em-ups mais “metódicos” como R-Type ou Gradius.

O jogo atravessa alguns locais característicos do Japão feudal, como vilarejos e florestas locais, para então encerrar em alguma espécie de cenário high-tech na última fase. Se bem que à essa altura você praticamente esqueceu de toda a parte “tradicional” do game. Fora alguns monstros e criaturas folclóricas que aparecem de vez em quando, os inimigos destoam completamente da ambientação dos cenários: máquinas, tanques e, claro, robôs. Sim, os sempre presentes robôs gigantes. Para que você não esqueça que está sobrevoando o Japão Feudal, as musiquinhas de Samurai Aces tentam emular ritmos japoneses tradicionais, com algum sucesso.

Enfim, talvez Samurai Aces não chegue nem perto, sob qualquer aspecto, dos outros shooters que a Psikyo desenvolveria posteriormente (tente comparar com Dragon Blaze, por exemplo). É um shoot-em-up da linha hardcore, que entrega sem muitas cerimônias exatamente o desafio que seu provável público-alvo, o de gamers igualmente hardcore, espera de um game do gênero. Isso não significa, entretanto, que o resto da humanidade não pode aproveitar uma ou duas partidinhas do game no MAME.

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaMeia EstrelaEstrela Vazia
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