Trouble Shooter

Review: Bored_Cyrus | Data: 02/08/2008 | Última Revisão: 02/08/2011

Ficha
Nome alternativo: Battle Mania (Japão)
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
Mega Drive/Sega Genesis 1992
Desenvolvimento Publicação Classificação
Vic Tokai Vic Tokai Visão Lateral / Rolagem Horizontal
Multiplayer: Não.
Review


Conhecido como Battle Mania em terras japonesas, Trouble Shooter é um shoot-em-up bem-humorado e original. Original apenas porque você controla garotas (que passam o jogo inteiro com as pernas praticamente desnudas) com jatinhos propulsores e bazucas ao invés de naves ou etecéteras. Num gênero de videogames em que os personagens são normalmente naves e máquinas cinzentas e sem vida, até que dá para chamar isso de “original”. A característica mais notável mesmo de Trouble Shooter, entretanto, nem é o game em si, mas sim a embalagem do jogo. É sério. Numa época em que o estilo Anime não tinha uma fração da difusão que tem hoje, boa parte das capas de games que vinham do Japão eram redesenhadas, numa tentativa muitas vezes contra-produtiva de ajustá-las ao “gosto” americano. O resultado vai de catástrofes inconcebíveis como a infame capa de Megaman, do NES, até à bizarrice de Trouble Shooter. Não é um desenho realmente feio, mas fica claro que o ilustrador sequer deve ter colocado o cartucho no MegaDrive. Por favor, nem toda mulher que luta pela justiça é a Mulher-Maravilha…

No jogo você encarna Madison (Mania Ohtorii na versão japonesa), que recebeu a ingrata missão de resgatar o filho de algum Sheik podre de rico das mãos do vilão Blackball [sic]. Para ajudar nesta missão, ela conta com a ajuda de Crystal (Maria Haneda na versão japonesa), uma garota que — num aparente descuido ou excesso de substâncias entorpecentes por parte da equipe de desenvolvimento do game — aparece com cabelos azuis no intervalo entre os estágios e na capa japonesa do game, para então aparecer de cabelo preto/roxo escuro durante os estágios! Continuidade que é bom…

Durante o jogo, você é capaz de controlar apenas Madison. Crystal segue você para onde você for e atira juntamente com você. Este é um shoot-em-up horizontal e inimigos vêm tanto pela frente (direita) como por trás (esquerda), mas Madison simplesmente não pode atirar para trás. Toda vez que você precisar destruir alguma coisa atrás de você, precisará apertar um determinado botão (os outros dois botões são para o especial e para o tiro) para que Crystal vire de costas e atire nesta direção. A penúltima fase ainda te dá o controle de mais um personagem, só que este é um tapado completo e vai justamente na direção oposta que você comandar. Trouble Shooter ainda oferece alguns ataques especiais e você pode escolher qual usar antes de cada fase. O especial não tem limite de uso, mas você esvazia uma barra no topo da tela ao lançá-lo e terá que esperar que ela encha completamente para atirar novamente, o que demora um bocado.

O game tem um total de seis estágios, alguns bem simples. Há dois estágios que valem a pena comentar: na segunda fase a tela rola na vertical e o cenário é todo preenchido por armadilhas, o que inclui uma serra gigantesca posicionada nas paredes. Não é meio cruel demais usar uma arma dessas contra adolescentes?! No terceira estágio, você precisa invadir uma nave gigantesca cheia de armas na fuselagem, que prende você nas extremidades da tela. Quanto à dificuldade, Trouble Shooter é bastante razoável — nem de longe submetendo o pobre jogador à frustração extrema presente de shoot-em-ups horizontais mais hardcore, como R-Type e variantes. Se isso serve de incentivo, não é muito complicado entender/memorizar os estágios e conseguir bons resultados depois de algumas poucas partidas. Trouble Shooter ainda tem três modos de dificuldade e você não morre se sofrer um mísero dano: suas personagens têm uma barra de vida, que pode ser reposta coletando-se corações. Se ocorrer o frustrante GAME OVER, entretanto, há dois continues para que o jogador não desanime de vez.

Os gráficos de Trouble Shooter não impressionam e nem são muito detalhados, com cenários um tanto quanto repetitivos. Parece que do meio para o final do jogo a verba na Vic Tokai simplesmente acabou, forçando-os a abusar de nuvens e oceanos como panos de fundo para cortar custos. Ou isso ou preguiça. Dá para entender. Por outro lado, Trouble Shooter tem uma parte sonora interessante, com boas musiquinhas e até mesmo vozes digitalizadas. Sua heroína manda pequenas frases (carregadas de sotaque) quando você coleta itens, mas o pior mesmo é o gritinho estridente que ela dá quando morre. Um dos piores já gravados para um videogame.

Uma quantidade saudável de bom humor aqui e ali também garante um certo charme a Trouble Shooter, que pelo menos tenta se conter no nível de “bizarrice japonesa” (embora às vezes ela seja mais forte). Apesar dos diálogos no intervalo entre as fases não serem exatamente cômicos, nos chefes a coisa muda de figura. A começar pelo vilão-mór Blackball, que, com um nome desses, não deve conseguir sair na rua sem ouvir desaforo. Há também um chefe que manda “beijinhos” para a platéia e outro que fica malhando em uma bicicleta! Já que dominar o mundo e ficar em forma são atividades que andam lado a lado…

Trouble Shooter seria mais interessante com um acabamento um pouco melhor ou estágios mais criativos, mas ainda é um bom shoot-em-up para se terminar uma ou duas vezes nos momentos de tédio e/ou nostalgia. A dificuldade é bem maneirada, o que também pode ser um atrativo para quem preferir algo menos “cerebral”. No mais, parece que Trouble Shooter não fez muito sucesso nos States: sua continuação, Battle Mania 2: Daiginjou, acabou ficando apenas no Japão. Contrariando a quase infalível sabedoria popular, parece que tem, sim, muita gente que julga o livro pela capa…

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaMeia EstrelaEstrela Vazia
Screenshots

Curiosidades
Embalagem americana

Capa americana

Dicas / Segredos
Seleção de fases

Para selecionar a fase na qual iniciar, pressione simultaneamente, com o Controle 2 e na tela de título, os botões: Direita + C + Start. Um texto irá aparecer perto do logotipo do jogo. Pressione simultaneamente a mesma combinação de botões para trocar a fase. Aperte Start no primeiro controle para começar.

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