M.U.S.H.A.

Review: Bored_Cyrus | Data: 24/08/2008 | Última Revisão: 02/08/2011

Ficha
Nome alternativo: Musha Aleste: Full Metal Fighter Ellinor (Japão)
Plataforma Adaptações/Outras versões Data de Lançamento
Mega Drive/Sega Genesis Wii (Virtual Console) 1990 (Estados Unidos)
21/12/1990 (Japão)
Desenvolvimento Publicação Classificação
Compile Toaplan (Japão)
Seismic (Estados Unidos)
Visão Superior / Rolagem Vertical
Multiplayer: Não.
Review


O Mega Drive tem um acervo bastante interessante de shoot-em-ups. Embora a capacidade dos consoles 16-bits ainda limitassem um pouco a criatividade dos que se aventuraram a produzi-los, alguns mais espertos compensavam tais empecilhos com belos trabalhos gráficos e trilhas sonoras idem. Os melhores exemplos — ou pelo menos os mais conhecidos — talvez sejam Thunder Force IV, clássico shooter da Technosoft lançado para o Mega Drive, e Axelay, criado pela Konami para o Super Nintendo. M.U.S.H.A também não é diferente. Criado pela Compile exclusivamente para o 16-bit da Sega, este game explora uma idéia curiosa: juntar robôs e cenários futuristas com algumas figuras do folclore japonês, castelos japoneses e etc. Em vez de raios laser, aqui você atira shurikens e setas de energia. Vale notar que essa idéia seria repetida várias vezes em outros shoot-em-ups, como Samurai Aces e Vasara.

Apesar do nomee americano não deixar isso claro, o game é parte da clássica série de shooters Aleste. Aliás, algumas coisas a serem esclarecidas: em territórios japoneses, o game foi lançado como “Musha Aleste: Full Metal Fighter Ellinor“. Ellinor era o nome da heroína de cabelos alaranjados que protagonizava Aleste 2. Acontece que, como Aleste 2 não foi lançado nos States, o nome foi suprimido no título americano e a garota acabou renomeada como Terri nos textos do game. A palavra japonesa “Musha“, entretanto, não foi descartada: algumas mentes criativas na América conseguiram transformá-la em sigla para a quilométrica frase em inglês “Metallic Uniframe Super Hybrid Armor“. Qualquer tentativa de tradução disso para o português ia soar muito idiota, então melhor não tentar…

M.U.S.H.A. tem uma pequena sequência de introdução que explica um pouco da história, que, como de praxe para um shoot-em-up, não tem nada demais. Terri e seus companheiros estão organizando um ataque a uma base inimiga (não me pergunte qual e nem por quê), quando de repente são surpreendidos por um contra-ataque inesperado. Terri não recua, apesar de seus companheiros terem virado churrasco… e é isso. Agora, o que você tem a fazer é passar por sete fases, explodindo tudo com seu robô (ou mecha, se você prefere termos mais sofisticados) e cuidando para que o mesmo não aconteça com você — até porque dói um pouco no coração imaginar que sua bela heroína acabou reduzida a farinha…

M.U.S.H.A. utiliza os três botões do controle do MegaDrive: um para o tiro rápido (que você pode manter pressionado para atirar continuamente), outro para o tiro especial (que você também pode manter pressionado) e outro para trocar o modo de ataque dos seus “satélites”. Satélites são os dois canhões secundáros que acompanham sua nave, e que podem se comportar de várias maneira distintas, conforme o modo selecionado: eles podem girar em volta da sua nave, se fixarem dos lados, perseguir os inimigos e por aí vai. Além disso, eles também podem proteger você, bloqueando tiros inimigos que forem a seu encontro. O problema é que os satélites não são invencíveis e você não pode abusar da proteção que eles fornecem: alguns tiros ou um “encontrão” com um inimigo são capazes de destrui-los. Por isso, o game abre a possibilidade de acumular satélites reservas — caso você perca um, outro irá entrar em seu lugar caso você possua mais um em estoque. Bem original.

  • Modo “Forward”: Um satélite fica à direita e outro à esquerda de seu robô. Atiram fixamente para frente.
  • Modo “3-Way”: Um satélite fica à direita e outro à esquerda de seu robô, mas ambos levemente inclinados para os lados. Atiram fixamente nessas direções.
  • Modo “Back”: É o modo onde seus satélites se expõem menos. Eles ficam atrás das pernas de seu robô, mas só atiram fixamente para trás. Ou seja, não é muito útil na maior parte do jogo.
  • Modo “Reverse”: Um satélite fica atrás de seu robô e outro na frente. Dependendo de qual direção você se mover, elas virarão ao lado inverso e atirarão nessa direção. Confuso, mas bastante útil, principalmente em situações onde você precisa acertar inimigos que estiverem ao lado.
  • Modo “Roll”: Os satélites ficam girando em torno de sua nave. Útil se você estiver cercado.
  • Modo “Free”: Os satélites perseguem os inimigos, ficando em frente deles e atirando. Não por menos, esse é o modo onde seus satélites correm mais perigo de serem destruídos.

M.U.S.H.A. não tem a mesma variedade de power-ups dos outros shoot-em-ups da Compile: você tem apenas três tipos de ataques especiais, que são representados por ícones vermelhos, azuis e verdes. Caso você pegue um ou mais de um do mesmo tipo, em sequência, aumentará o “nível” do ataque, tornando-o mais poderoso. O ícone vermelho dá mísseis, que atingem uma boa área à frente de sua nave; o ícone azul gera uma esfera de energia que orbita sua nave, protegendo você e causando danos no que encostar (não é preciso apertar o botão para ativá-lo, ele faz isso automaticamente); o ícone verde dá um raio de energia reto… e verde. Quanto ao tiro rápido, não há variedade: você só atira estrelas ninja e setas — mas é possível melhorá-las, coletando cápsulas com ideogramas japoneses que são derrubadas de vez em quando por nave especiais. Pegar power-ups em M.U.S.H.A., além do aumento de poder, também tem uma função estratégica: você fica invencível por alguns momentos depois de coletar um desses itens, o que pode ser um salva-vidas em diversas situações.

Os estágios são extensos, com sub-chefes no meio — o que era uma espécie de elemento recorrente nos shoot-em-ups da Compile — , mas não ficam tediosos: o game está repleto de inimigos e chefes espertinhos, que lançam ataques capazes de pegar jogadores mais incautos. Espere por truques sujos como raios laser lançados subitamente. Saber alternar eficientemente entre os modos de ataque dos seus satélites é essencial para se adaptar às diversas situações de apuro em que o game te coloca. Existem um ou dois estágios que poderiam ter uma acabamento melhor, mas, no geral, nada que comprometa a impressão geral do game. A dificuldade é bem equilibrada (você não morre se receber apenas um dano, desde que tenha algum power-up equipado) e há três níveis de dificuldade a escolher, caso você ache as coisas muito fáceis ou muito difíceis. Como se já não fosse colher de chá o bastante, há também um sistema de Save: caso você perca todas suas vidas, poderá acessar a opção continue no menu inicial e voltar para a fase onde morreu. Entretanto, a não ser que você queira terminar o game a qualquer custo, é mais interessante iniciar tudo de novo, porque sua pontuação é zerada.

Lançado logo na infância do Mega Drive, M.U.S.H.A. chama atenção com seus belos gráficos 2D e ótimos efeitos de Parallax Scrolling (uma técnica muito usada em games 2D antigamente, que dá a sensação de Profundidade nos cenários), mas não somente isso. A Compile decididamente viajou na maionese: do mesmo modo como alguns escritores e roteiristas de Hollywood imaginaram o Velho Oeste como pano de fundo para suas histórias de Ficção Científica, M.U.S.H.A. adota temas da cultura tradicional japonesa sob uma roupagem “robótica” e “futurista”. Alguns robôs possuem faces que remetem a figuras do folclore local e você será atacado por diversos castelos japoneses (que viraram, bem, tanques de guerra). A ótima trilha sonora soa como Heavy Metal “sintetizado”, duplo pedal e tudo, com barulhinhos repetidos que emulam o som de riffs de guitarra. Aliás, uma coisa que alguns games do Mega Drive faziam particularmente bem — vide Thunder Force IV.

No mais, M.U.S.H.A. é outro clássico da Compile (descanse em paz): belos gráficos, ótima trilha sonora, uma garota como heroína do game (quem não aprova…) e alguns dos chefes e inimigos mais estilosos já imaginados para um shoot-em-up. Uma ótima combinação até para os não-muito-fãs do gênero. O game também renderia uma continuação, Robo Aleste (para o Mega CD), e foi, mais recentemente, re-lançado para o Nintendo Wii.

Avaliação
Estrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaEstrela CheiaMeia Estrela
Screenshots

Dicas/Segredos
Cinco vidas bônus

Para ganhar cinco vidas bônus, pause o jogo e faça a sequência a seguir para ganhar cinco vidas a mais:

Direita + Baixo + Direita + Baixo + Esquerda + Cima + Esquerda + Cima + B + C + A

Poder máximo

Para ter o tiro rápido em poder máximo, pause o jogo e faça a sequência:

B + B + C + B + B + C + Cima + Baixo + A

20 satélites

Para adquirir 20 satélites, pause o jogo e faça a sequência:

Cima + Cima + Cima + Baixo + Baixo + Baixo + Esquerda + Esquerda + Esquerda + Direita + Direita + Direita + C + C + B + A

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